Manejo alimentar do camarão marinho em sistema de bioflocos: o que muda na prática?

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A tecnologia de cultivo em bioflocos (BFT) é um sistema bacteriano composto por pequenos aglomerados suspensos na água, constituídos por diversos microrganismos e resíduos. O sistema é estimulado pelo aumento da relação C:N (por meio de uma fonte de carbono), promovendo o desenvolvimento bacteriano, que transforma compostos nitrogenados em biomassa microbiana. Com isso, é possível elevar a densidade de estocagem com mínimas trocas de água. Mas afinal, o que muda no manejo alimentar? Embora o alimento natural não seja a principal dieta dos camarões nesse sistema, o biofloco pode atuar como fonte suplementar, reduzindo a conversão alimentar. No BFT, a ração precisa ser ainda mais bem administrada, por isso, recomenda-se realizar biometrias semanais para ajuste do arraçoamento, fracionar a ração diária em mais porções e monitorar o consumo nas bandejas, a fim de evitar sobras e, consequentemente, reduzir o custo operacional. Além disso, o excesso de ração pode elevar o nível de sólidos na água, comprometendo a saúde dos camarões, aumentando a demanda de oxigênio e amplificando o custo energético. No sistema de bioflocos, alimentar não é apenas jogar ração: é preciso manejo qualificado para que ele trabalhe a favor do produtor e seja economicamente viável.